quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Num picadeiro solitário


Descobri que nesta vida posso ser o que quizer, basta-me gostar

Descobri que nesta vida aceito o que vier, custe o que custar

Percebi quanto sofro nesta vida, sangre quem sangrar

A vida é como a misteriosa cartola de um mágico, espectativas sempre a abrigar.

A vida me ensina a cada dor o quanto difícil é amar

Sempre tive medo de algo, comecei com palhaço e hoje solidão.

Medo, de briguinhas, intrigas ou algo sem perdão

Esperar talvez seria a mutilação do infinito, me mata aos poucos, perco o ar.

Certos momentos não vejo motivos pra respirar

A cada caso um espetáculo, de amor de ódio. Transfigura minha face, invade minha alma e penetra em minha mente.

Minha vida é um espetáculo gratuito, um picadeiro vigiado, por muita gente.

Por fim, assim descobri que sou o poeta da dor, sem rancor... E nem amor.

Um comentário:

Fernanda Ribeiro disse...

Às vezes também me sinto envolta a um picadeiro. A vigilância e os cuidados do mundo me incomodam e me fazem ser solitária em mim mesma, onde eu gostaria de estar. Sua característica poética é um dom! Me lembra Fernando Pessoa. Mais uma vez, adorei.